terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Museu Nacional de Belas Artes só em 2010

O programa era curtir uma viagem ao século XIX. Optamos por almoçar no restaurante Eça, depois visitar o Museu Nacional de Belas Artes, no centro do Rio, e por fim passar no sebo, no Flamengo, e comprar um livro. Nada melhor que isso para comemorar a chegada de 2010. Agora que passou a primeira década do século XXI, ficou fascinante explorar esta época que ficou ainda mais para trás.

Escolhemos o Eça porque é considerado um dos melhores restaurantes do centro e é em homenagem ao Eça de Queiroz. O escritor morreu em 1900 e escreveu diversos livros referenciais. Tem milhares de citações gastronômicas, amava e conhecia bem a cozinha portuguesa e francesa.

A Deise Navakosky é a sommelier da casa. No entanto, por conta própria, escolhemos o vinho mais simples da carta. O bom sommelier se reconhece pela qualidade do seu vinho mais simples e não pelo vinho mais caro. O Dal Pizol era seco, rosé, muito agradável e estava na temperatura certa.

Meu prato foi um filé mignon crocante recheado de cogumelos com foie gras grelhado e musseline de palmito pupunha, custou R$58. A musseline é como um purê e a idéia de ser com palmito foi uma experiência nova bastante agradável. Imaginei o que o Eça escreveria sobre isso!

Em primeiro plano, o filé mignon crocante.

Cabot pediu o Magret de pato Mulard com ruibarbo e hibiscus, de R$63, e como sempre teve que negociar a troca do acompanhamento que tinha leite. Ele é intolerante à lactose como 65% dos brasileiros. A maioria das pessoas não sabe que é e por consumir leite e derivados vive eternamente com problemas de azia. O garçom sugeriu trocar o daphine de batata baroa por palmito pupunha salteado. Acertou! O palmito foi refogado num tacho com fundo de carne e ervas.

Em primeiro plano, o magret pedido pelo Cabot.

O chef belga Frédéric de Maeyer é realmente muito bom. O prato do Cabot estava impecável e olha que a qualidade do magret vendido no Brasil melhorou mas não é lá essas coisas. Normalmente é pequeno demais e tem nervos e esse não estava diferente. Neste caso, o cozimento estava perfeito e este defeito foi logo completamente ignorado. Não pedimos a sobremesa e sim dois cafés com os quais vieram trufas de chocolate belga feitas na casa e biscoitos de amêndoas alucinantes. O outro ponto forte é que o lugar é dentro da loja da H Stern, pois o restaurante fica no subsolo da joalheira.

Seguimos a pé para o Museu Nacional de Belas Artes que estava com metade de sua coleção fechada, logo a parte do século XIX. Não tinha ar condicionado e estava muito quente. O senhor que estava na bilheteria não só foi grosso, como dava informação errada porque estava muito ocupado mandando mensagens no celular. E o catálogo do museu estava impossível de adquirir. A responsável pela venda não tinha ido trabalhar hoje. Enfim, foi desastroso.

Depois do programa, passamos no sebo e compramos um livro de coletânea de cartas do Edouard Manet. O pintor fez uma viagem ao Rio de Janeiro em 1848/9, aos 17 anos, onde descreveu suas impressões da cidade oitocentista. Uma fantástica viagem no tempo como a comida do almoço. Quanto ao Museu... ano que vem tentaremos de novo!


Eça

Av Rio Branco, 128

Museu Nacional de Belas Artes

Av Rio Branco, 199

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A melhor escapada carioca: Térèze




Uma vontade louca de viajar para a Serra me fez pedir aos amigos indicações de boas pousadas . Entre as respostas tive a Pousada das Araras - Araras, Pousada da Alcobaca – Petrópolis, Pousada Terracota -Secretário, Tancamana - Itaipava e Rosa dos Ventos - Teresópolis-Friburgo.

Mas a dica que mais me tentou foi a do amigo e chef francês Damien Montecer: “Vem ao Hotel Santa Tereza. É melhor que a serra e você ainda vai conseguir esquecer do Rio, prometo. É a melhor escapada carioca!”

Dito e feito. Dois dias depois subi o bairro de Santa Tereza para conhecer o Hotel e o restaurante que o chef pilota. Só a 10 minutos de casa, acabei conhecendo um dos lugares mais simpáticos do Rio. De extremo bom gosto e sofisticado, o Hotel Santa Tereza oferece muito conforto e uma vista única.

Entre as atrações está o Bar dos Descasados que é uma antiga senzala encontrada nas escavações durante a reforma do Hotel. O local ainda oferece Spa (inclusive com massagens só para grávidas) e tem uma piscina linda. O restaurante gourmet Teréze é um escândalo e foi onde almoçamos.

Tem uma adega charmosa no meio do salão. A carta de vinhos é vasta e os preços ótimos. De entrada comi vieiras em tempura com salada de broto de soja. Este prato não está no cardápio e estava como sugestão do dia. O sabor era incrível. A melhor vieira que comi no Rio. O crocante da tempura e o broto eram delicados no sabor e na textura. Meus amigos quiseram o Foie gras com frutas e Salada de queijo de cabra com agrião e sorvete.

De prato principal escolhi o Cassoulet que é a feijoada francesa. Todo país tem a sua, não é? E como era sábado, resolvi pedir... Só que a deles é com feijão branco, peito de pato, coxa de pato e foie gras. Também pedimos Lombo de cordeiro e Filét. A boa surpresa da tarde foi a opção Coelho. Não é em qualquer lugar que a gente acha coelho pelo Rio.

Em geral, nós não estão acostumados a comer coelho. Isso me lembra da minha aula do coelho no Cordon Bleu, em Paris, quando todos os alunos brasileiros, venezuelanos e chilenos mataram esta aula prática depois de chorarem muito na teórica. Tenho certeza que eles entenderiam tudo depois de provar o coelho do Térèze! Que delícia!

Encerramos a tarde com um mix de várias sobremesas. Veja abaixo os pratos e me diga: para que sair do Rio?

Cassoulet impecável....

Filet com 6 pimentas com mix grill de legumes ...

Coelho com mustarda e rigatoni recheado...

Lombo de cordeiro marinado e grelhado no misso.

Mix de sobremesa...

R. Alm. Alexandrino, 660
Rio de Janeiro - RJ, 22451-300
(0xx)21 2222-2755