Estava preocupada em pegar a estrada Rio-BH. As famosas crateras sempre foram assunto recorrente entre os aventureiros que se arriscavam na perigosa travessia. Mas confesso que fiquei impressionada. A estrada estava quase perfeita e fizemos uma viagem tranquila. Creio que a operação Tapa Buracos serviu para alguma coisa. Nosso destino era Inhotim. No caminho paramos em Congonhas para ver a maior obra de Aleijadinho, nos hospedamos em BH e na volta passamos em Juiz de Fora.
Basílica de Aleijadinho. Tem mais 12 capelinhas. Obra prima.
A Última Ceia de Aleijadinho, um pouco bagunçado pois o santuário está sendo restaurado...
Belo Horizonte foi projetada como Brasília e idealizado pelo mesmo JK. Por isso paramos em Juiz de Fora, ex-capital mineira, para conhecer o lugar e almoçar. A cidade já teve uma época áurea e hoje está um pouco decadente com um certo ar saudoso, síndrome igual a do Rio de Janeiro.
Reparamos que Juiz de Fora tem uma arquitetura incrível que vai do início do século XX até os anos 50 com o modernismo. Outra pérola do local é a Universidade, considerada referência nacional até os dias de hoje. Já com bastante fome, acabamos parando em um restaurante fantástico, tanto no nome quanto na experiência, que existe (ou resiste) lá desde os anos 40: Faisão Dourado!
Fachada do restaurante Faisão Dourado em Juiz de Fora.
O que chama muito atenção no local é a decoração reduzida, elegante, com um letreiro iluminado ao fundo do salão, digno de obra de arte, meio Cult até. As paredes registram todos os famosos que por ali já passaram. Tom Jobim, Lulu Santos, Kid Abelha, Vinicius, Alceu Valença, Miguel Paiva, etc e etc. Vê-se que o local foi reformado, instalaram grandes ar-condicionados e pintaram as paredes. Mas só pintaram em volta dos autógrafos, deixando o local meio patinado e respeitando assinaturas de até várias décadas atrás que ficaram intactas.
Letreiro Maravilhoso!
Convidados ilustres...
Parece que o lugar parou no tempo. Os garçons simpáticos nos serviram à moda antiga. Fomos dar uma espiada na cozinha e o chef todo orgulhoso fez questão de aparecer e posar em uma foto. Exibia orgulhoso as praças. Espetáculo! Comemos um caldo verde de entrada. Delicioso. Depois pedimos uma bisteca de porco grelhada com couve, barata frita, caldinho de feijão e salada. As porções são enormes, por isso vale a pena dividir. Não tivemos espaço para sobremesa.
Chef com todo orgulho de sê-lo!
Na saída, o garçon que nos serviu ainda nos passou um tour imperdível. Que era conhecer o Cristo da cidade. Ele apontava lá para o alto de uma montanha: “Ali! Olha bem!” E lá no alto, realmente tinha um Cristo, cercado por antenas maiores que o próprio! Enfim, a visita foi divertidíssima e para quem passar por ali, não deixe de conhecer o Faisão Dourado!!! “Maravilha, quero voltar” como escreveu Tom Jobim na parede.
Detalhe da parede...
Endereço:
Rua Halfeld, 316
Centro
Funcionamento:
Atendimento todos os dias, almoço e jantar.
Cartões:
Visa e Mastercard.
Entregas:
(32)3215-9058
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