O jornalismo gastronômico é uma saborosa vertente do jornalismo. Hoje, muito mais do que antes, o aumento e a rapidez da informação através das diferentes mídias existentes – televisão (aberta e fechada), rádio, jornais e revistas especializadas, internet e, agora, celular – favorecem a grande engrenagem em torno do consumo. Por isso, os suplementos de gastronomia estão ficando cada vez mais encorpados com o objetivo de atender a consumidores cada vez mais exigentes, preocupados com saúde, qualidade da comida e o prazer da boa mesa.
O crítico ou jornalista gastronômico é um repórter, e às vezes um cronista, que busca seguir e orientar o consumidor. Hoje, ele avisa o que está acontecendo e dá oportunidade ao consumidor escolher. Não é mais puramente uma crítica. É um serviço também.
Escrever sobre o jornalista Roberto Marinho de Azevedo Neto é uma boa forma de iniciar um estudo sobre a crítica gastronômica na imprensa, pois ele foi e continua sendo um exemplo a seguir. Ao escrever sua coluna de gastronomia, sob o pseudônimo de Apicius, por quase 30 anos, no Jornal do Brasil – avaliando as cozinhas dos restaurantes como ruim, razoável, boa, muito boa e excelente – ele conseguiu dar alma à gastronomia em forma de crônicas. Crônicas que, durante os anos 70, 80 e 90, incitaram um bom papo carioca à mesa. Apicius não era um chef de cozinha e nem exatamente um crítico. Era um autor em busca do nexo cultural.
O método utilizado para gerar este trabalho foi, em primeiro lugar, fotografar quase 200 crônicas do Apicius entre 1986 e 2001. Depois foi necessário identificar os temas recorrentes nesses textos.
O seguinte método de pesquisa foi de procurar referências teóricas sobre a crítica gastronômica. Principalmente, algum estudo sobre o texto da crítica gastronômica e o que ele revela como existe, por exemplo, na crítica literária. Para atingir o objetivo, de analisar os textos do Apicius, foi necessário recorrer ao jornalismo literário e cultural de onde o jornalismo gastronômico faz parte. A gastronomia, afinal, representa a cultura de cada povo.
Esta monografia é pioneira porque não existe referencial teórico nem farta literatura sobre jornalismo gastronômico, uma especialização do jornalismo cultural que conquista cada vez mais espaço na mídia.
Ao total, 22 entrevistas - com familiares e amigos do Apicius, jornalistas gastronômicos que atuam no mercado e chefs de cozinha - serviram como fontes.
No primeiro capítulo, foi levantado um pouco sobre a história da literatura gastronômica desde os Apicius romanos, de onde Roberto tirou o seu pseudônimo, e especialmente depois da invenção da imprensa. Também foi analisado, a partir de depoimentos e livros, o papel do jornalista e crítico gastronômico. No segundo capítulo, o mais importante da monografia, foi traçado um perfil dos temas recorrentes nas crônicas do Apicius. E no último capítulo, foi detalhado um pouco sobre a trajetória e vida do Roberto Marinho de Azevedo Neto.
Ha jornais e jornais, mas, havia o Jornal do Brasil.
ResponderExcluirHoje, com muita saudade, de longe leio o JB, no meu SAMSUNG Galaxy Tab.
Mas, não leio " Apicius".
Certa vez, fiz um comentário sobre a Sra. OFELIA BOISSON CARDOSO, ganhei de suas mãos um livro.
Como era bom o JB e o Rio onde nasci. 1940.
Muriahé Vieira
Anápolis - Go
Estimada Rebeca, como posso ler as cronicas do Apicius? onde encontro? tem algum site? Obrigado
ResponderExcluirSim, também estou a procura de suas saborosas e divertidas colunas ... Cartas da Parvônia ... durante os sombrios anos de chumbo um sorriso se levantava no canto dos lábios ao ler seu bem tecido e refinado humor ...
ResponderExcluirSim, também estou a procura de suas saborosas e divertidas colunas ... Cartas da Parvônia ... durante os sombrios anos de chumbo um sorriso se levantava no canto dos lábios ao ler seu bem tecido e refinado humor ...
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